Maremoto

Chega sem se esperar e destroi, limita-se a isso, destruir... Destruir estradas, casas, cidades, relações, vidas!
O elemento que tanto adoro revolta-se, ergue-se e move-se até satisfazer o seu único desejo...matar...
Uns chamam-lhe Maremoto, outros Tsunami. Duas palavras para designar algo que só lembra uma, horror. Há duas opiniões divergentes: Maremoto trata-se de um terramoto, um sismo numa área coberta por um oceano, o que poderá gerar uma onda gigante, Tsunami; a outra opinião afirma que Maremoto é uma onda gigante no Oceano Atlântico e que Tsunami denomina as ondas destruidoras do Pacífico e Índico. Eu prefiro a que tem o mar como início, é mais forte, mais intensa, mais reveladora.

Chega, e sinto um estremecer... Um estremecer interior, daqueles que só se formam depois de um deslocamento das minhas tectónicas fundamentais. Um embate entre o meu pensar e o meu sentir, entre o tudo e o nada, entre a razão e o romance, entre o futuro e o presente. Tornando-se devastador depois de um complemento, o mar, os outros. Fazendo com que tudo, tudo se eleve e derrube...os valores, os ideais, os meus desejos...
No fim, a onda surge, diante deles, em mim...entra em terra, escorre pelos meus olhos, inunda as casas, os meus poros... Aí começo de novo, acredito de novo. Pensar que aqueles que morreram, ele, vão voltar...
Procuro nos hospitais, em mim, mas nada, só água, pensamentos. Surgem campanhas humanitárias, amigos. Passam dias, momentos. Recebo a notícia, morreram, acabou!
Como é possível? Em Santorini, em Krakatoa, Hokkaido, em mim...e em tantos outros... Uns nunca revelados, outros nunca revelarão.
Maremoto, Tsunami, Amor, uma palavra... Dor!
Recordar é difícil, perder o que nos faz viver e continuar vivo...

Comentários

Anónimo disse…
"e destrói"
R

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