Diário de Bordo

Hoje dia 2 de Fevereiro de 2009, latitude 38°44'07 Norte, longitude 9°08'27 Oeste, relato o Diário desta bela viagem.

Quando as ondas se levantam e roubam a minha imaginação, perco tudo. As frases, os títulos, tudo se afoga num mar de incerteza, e nada resta, nada... Um precipício de nada que por vezes vem e me prende junto ao leme da minha alma. A um leme robusto, que me guia na escuridão da noite até ao farol. O farol da razão, do exacto, da minha imaginação. Um farol que me faz escrever de tudo, um tudo que se torna nada por vir roubar o papel de Pessoa...
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Tudo corre bem quando essas devastadoras ondas não se apartam em mim. Poder redigir este Diário, é poder provar o como é bom quando o mar está calmo...livre de limos e de algas...
Nesta longa viagem entre texto e texto, porto e porto tudo foi calmo, sempre com um cheiro a maresia.
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Vou manter a escotilha aberta, para que possa sair tudo o que de bom entra. O prazer de escrever, o prazer de velejar. Tudo com a ajuda do vento, que quando abunda me leva para sítios escondidos do oceano do meu espírito.

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Uns fazem pactos com Deus. Uns fazem pactos com o Diabo.
Há quem se diga filho de Deus. Há quem se diga filho do Diabo.
Eu nada disto fiz ou sou. Mas sim, fiz, fiz um pacto com ele...com o Rei de onde ando, Tritão...
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Quero ir com a corrente, quero descobrir o fim do horizonte!

Bruna Nunes