Diário de uma Tunísia

Tarde… Tratamento imperativamente exímio, talvez por um check in exclusivo, talvez pelos dígitos visíveis no bilhete comum.
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Trauma, medo, grito, uma ausência de conforto patente em alguns. Ânsia, desejo, loucura sã, presente em nós.
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Um descolar de cento e sessenta e oito pensantes, cinquenta e seis janelas, uma imagem… Mare Nostrum. Uma estreita passagem para o Paraíso, uma aterragem perfeita.
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Arte, arte pura num simples aeroporto. Uma visão nocturna incontestável. Vimos cada segundo passar iluminado, iluminando a multidão.
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Tal como no purgatório, as portas se abriram, para nós, as do Paraíso. Baptizadas com um chá, e assim começa a nossa viagem.
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Num lugar onde a areia protagoniza e a escaca água é azul profundo, foi provado o fruto proibido.
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Com vista para a ausência desta terra, saboreando o nascer do sol, libámos o néctar divino, abusando seguidamente da maior fonte de energia.
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Quando a noite cai nas dunas desertas, chega-se ao oásis. Pecado a pecado as estrelas do céu não se querem dissipar.
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Após uma noite com ininterruptas constelações, vivemos a noite imortalizada, “olvidalmente” impossível.
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Nas termas, de Cartágo, ensopadas, apuramos o verdadeiro calor… o Olímpico.Um forte, uma Medina, um todo, uma sensação, numa preclara viagem.Despedida... Não o fim, mas um começo...
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Apenas um fim-de-semana passado. Um lugar por descobrir, plantar um oásis no deserto da nossa alma.
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Em Cuba salsa o Fidel dançava, na Tunísia Zine Ali pela dança do ventre se fascina. Um espaço onde duas culturas, totalmente opostas, se mesclam. Havana…
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Tuk-Tuk, com os cabelos levados pelas tempestades de areia, de camelo motorizado, tradições ocultas conhecemos.
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Uma tradição, um casamento, ou dois, neste caso. A tinta preta a inundar cada poro. Uma confusão presa entre paredes altas, ruas estreitas, e palavras desconhecidas.
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Gota a gota, vinda do reino divino de Alá, o preto ficou branco, o claro desbotou-se. "Alrgd", trovões, fortes, relâmpagos intensos e impiedosos.
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Azul, branco, paz...uma oração... Um lugar encantado onde tudo se rege por duas cores, até os sorrisos e as almas da sua gente, Sidi Bou Said.
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Mil e um Mosaicos, Mil e uma Histórias, quatro mulheres, um sultão, entre os arcos de um Harem.
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Milésima primeira noite... a última... A despedida de um prazer único e perpétuo.
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Um local já antes conhecido, onde todas as despedidas e encontros são confundidos com Départs e Arrivées.
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Chateado com o nosso retorno, Alá preparou-nos uma surpresa, um voo turbulento, para um país igualmente instável.

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