Sede Que Não Acaba
Um relatório intermédio. Da última vez que o fiz tentei fugir às regras e formalidades deste tipo de escrita. Se calhar é uma característica minha, pois tenciono voltar a fazê-lo.
Apenas três semanas passadas e já se sente o fim, o fim daquele horizonte que eu tanto quero encontrar. Um leve aroma diz que está perto, mas por agora continuo a procura-lo.
Tanto calor, não consigo parar de despir as várias camadas de roupa que me cobrem. Aquele cheiro a verão entra quando abro a ligação do interior para o exterior da minha casa. Vou almoçar fora, já tarde. Escolho um sítio bem característico. Não gosto de banalidades!
La Siesta, em Algés, um restaurante mexicano sobre o rio, com vista para a Barra. Comida quente, picante como gosto, num dia de calor, difícil de suportar, nada que uma Margarita não cure...
Depois de arder, não no inferno, mas de tornar a minha boca em tal, veio a sobremesa... Mousse de Cajeta. Com a frescura, mesmo que por breves minutos, recuperada, saio para um passeio.
Passam-se minutos, horas, com um calor insuportável para quem tem a ousadia de se vestir de preto. A sede começa a voltar, para matar o meu pensamento.
A sede remói, já em casa, não passa, parece eterna. Só posso equipará-la a uma... a sede de escrever...
A que me consome. Passo dias sem escrever, morro. Hoje entendi que tenho sede de mais água. Já com este blogue realizei que todos temos prazeres ocultos, prontos a desvendar.
Com esta obra, de Saramago, a sede de cada dedo meu pressionar cada tecla, agarrar uma caneta e escrever…continua a mesma. Pois não é o tema que me contém, é a escrita constante.
Comentários
Quanto ao teu trabalho, Bruna:
Em termos quantitativos cumpriste os mínimos exigidos, tratas os temas do livro em estudo numa relação com o quotidiano, incluis texto próprio e reflectes de uma forma pessoal com originalidade.
Podes continuar nesta linha, desenvolvendo um pensamento próprio ancorado na obra e recriando-a com originalidade e criatividade.